quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O Fio

Caros amigos,
Mas o que é esta Noite Escura? E por quê muitos que tentam atravessar esta noite a descrevem como um caminho difícil e cansativo? E o que esta Travessia tem a ver com a Psicologia Analítca, Jung, Sombra e O processo de Individuação? Gostaria que vocês pensassem sobre esta questão a partir de uma música de Zé Ramalho. Posteriormente postarei outros textos referentes a esta tão ditosa noite!

BEIRA MAR
Zé RAMALHO

Eu entendo a noite como um oceano
Que banha de sombras o mundo de sol
Aurora que luta por um arrebol
Em cores vibrantes e ar soberano
Um olho que mira nunca o engano
Durante o instante que vou contemplar
Além, muito além onde quero chegar
Caindo a noite me lançou no mundo
Além do limite do vale profundo
Que sempre começa na beira do mar
É na beira do mar
Olhe, por dentro das águas há quadros e sonhos
E coisas que sonham o mundo dos vivos
Há peixes milagrosos, insetos nocivos
Paisagens abertas, desertos medonhos
Léguas cansativas, caminhos tristonhos
Que fazem o homem se desenganar
Há peixes que lutam para se salvar
Daqueles que caçam em mar nebuloso
E outros que devoram com gênio assombroso
As vidas que caem na beira do mar
É na beira do mar
E até que a morte eu sinta chegando
Prossigo cantando, beijando o espaço
Além do cabelo que desembaraço
Invoco as águas a vir inundando
Pessoas e coisas que vão se arrastando
Do meu pensamento já podem lavar
Ah! no peixe de asas eu quero voar
Sair do oceano de tez poluída
Cantar um galope fechando a ferida
Que só cicatriza na beira do mar
É na beira do mar

Postado Por Evaldo Costa

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